O conceito de mediação simbólica é consubstanciado pela teoria histórica cultural de Vygotsky (2003 e 1929) que considera o desenvolvimento psicológico individual, inclusive em suas dimensões cognitivas superiores, a partir das interações sociais, sendo que a diversidade destas promove maior riqueza no processo de construção do conhecimento de qualquer criança. Alinha-se ao conceito de Inclusão em Educação pois supõe a importância de se construir uma escola mais humanizadora e democrática, que promova a autonomia intelectual, social e afetiva dos alunos a partir de mediações e intervenções pedagógicas qualitativas. Para Vygotsky (2003) as funções psicológicas superiores são subordinadas as regularidades históricas e a essência do intelecto está nos instrumentos. Falar sobre instrumentos é falar sobre as ferramentas culturais que são disponibilizadas pela cultura da qual o aluno faz parte.
Vygotsky focou o desenvolvimento das pessoas com deficiência a partir dos pressupostos gerais que orientavam a concepção do desenvolvimento de pessoas consideradas comuns; desses pressupostos ele destacou os aspectos qualitativamente diversos das pessoas, em virtude, não apenas de suas diferenças filogenéticas, mas das peculiaridades de suas relações sociais (fatores ontogenéticos e sociogenéticos) – fatores que interferem no desenvolvimento de qualquer pessoa com deficiência ou não.
Na concepção histórica cultural de Vygotsky a função da educação é conduzir a criança às potencialidades durante o processo de ensino-aprendizagem. A aprendizagem é impulsionadora do desenvolvimento ativando no indivíduo esquemas processuais cognitivos ou comportamentais. Assim como a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem o papel fundamental na construção da subjetividade dirigindo para estágios de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos (VYGOTSKY, 2003).
REFERÈNCIAS:
Vygotsky, L. S. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Vygotsky, L.S. (1929) The problem of the cultural development of the child. Pedagogical Seminary and Journal of Genetic Psychology, 36, 415-434.